terça-feira, março 28, 2006

Alguém muito especial fez pra mim...

Amanda
Deixar marcas minhas na carne que não conheço
Esperar dias, a conhecer sentidos que reconheço
E, ao mesmo tempo, viver...

Receber promessas dos olhos de amor tamanho
Cobrir o corpo de jóias de um rosto ainda estranho
E, ao mesmo tempo, viver...

Modelar silhuetas em sombras do desconhecido
Arrebatar meu peito com bater de coração esquecido
E, ao mesmo tempo, viver...

Para esperar viver mais.

Marcelo Milani

Você

Que a cada dia conquista um pedaço maior de mim
Já não tenho mais porque me esconder
Abri as minhas portas
E de lá sai, sem saber
Estou aqui fora
Esperando por ti,
Clamando por ti.

Jamais pensei sentir isso novamente
Você simplesmente apareceu
Encheu os meus dias de luz
Trouxe vida nova aos meus sentimentos...

E tudo que tenho são ainda palavras
Imagino-te por inteiro
Imagino quando puder te abraçar
Olhar nos teus olhos
Te beijar
E me entregar por completo
Sentir suas mãos
Sentir o seu cheiro
Sentir o seu gosto
E olhar nos teus olhos
Ah! Como eu quero você
Ah! Como gosto de ti...

Você

Chega e domina
Palavra fascina
O olhar encanta
O sentimento assusta
O zelo acalma
O corpo desejo
Da boca o beijo
Braços segurança
Das mãos careço
A voz instiga
Por você enlouqueço!

Menina

Um vento forte
Que veio sem avisar
Tocou o coração da menina
Que não soube recusar

Menina que parece mulher
Mas no fundo estava perdida
Querendo se encontrar
Mas mantendo-se escondida

Voce apareceu
E viu nos olhos a mulher
Com palavras, o coração
A menina te entregou...

Agora cuida do que é seu
A alma da mulher
Que a menina ofereceu.

Vida Interrompida

Pensamentos perdidos
Sonhos esquecidos
Estátuas quebradas
Paredes rabiscadas
Vestidos ao Chão

Correntes pesadas
Portas lacradas
Cadeados trancados
O véu rasgado
A escuridão

Lágrimas caídas
Dores desmedidas
Vida interrompida
Ventura adormecida
Esperança em vão

Sentimento despedaçado
Choro escancarado
Angustia sofrida

Desespero descabido
E sempre solidão.

(Amanda Oliveira 28/03/06)

segunda-feira, março 20, 2006

Pra Você.

Amor?
Será que existe?
Procuro, encontro?
Será ou não?
Real ou invenção?
Mentiras verdades,
Doce ilusão,
e qdo for talvez me encontre
e se me encontrar talvez eu viva
e se eu viver que seja feliz
(que seja o que tiver de ser... T)
Momentaneamente mas intensamente feliz


Amanda Oliveira (30/01/06)

Alguém

Eu não quero encontrar
Quero alguém pra amar
Amar sem limites, nem pudores.
Sentir o gosto do beijo
Na pele o meu desejo
Deixar acontecer
Não quero contratos selados
Pactos, promessas, juras
Só quero amar, sentir, ter...
Sem pensar no amanhã
Não quero prender-me
Sou livre, preciso sê-lo.
Quero voar, voa, voa, voa
(mesmo sem asas)
Pairar no ar...
Quero sentir o toque suave das brisas
Quero tomar banhos de chuva
Sair nas ruas gritando e cantando
Sou livre!!! Mas quero alguém pra amar...

O doce sabor dos sonhos

Meu corpo repousa em plumas
A lembrança de tuas palavras atormenta meus pensamentos
Sinto você
Tua pele,
Lábios,
Mãos,
Cada centímetro clama por tua presença
Vinho, o néctar do pecado, prazer
O sabor adocicado, tenro.
Te sinto aqui
Como se penetrasse em minh´alma
Despindo meu corpo
Despenteando meus cabelos
Teus olhos me desejam
Assim como a noite me tens

Loucura, lascívia, insensatez,
Tomas o que é teu
Teu por direito
Um amor profano
Bandido, insano,
Vôo como a leveza das plumas
Será a doçura das uvas?
Será esse o teu veneno?
Será a luxuria dos meus instintos?
O que fazes comigo?
Por que me tens?
Rogo uma prece:
Oh! Minha mais fiel amiga
Assim, durmo.

(Amanda Oliveira 07/02/06)

quinta-feira, março 09, 2006

Pedaços de Mim.

Nem tudo são flores,
Hoje vejo os espinhos
Que antes não via
Temo muitas dores
Que antes não temia
Uso cascas, redomas, casulos
Que antes ignorava

Pedaços de Mim...

Me escondo em portas trancadas
Uso lágrimas como escudo
Permaneço, assim, no escuro
Desta vida tão rasgada
Outrora, pelo ciúmes, aprisionada
Agora a clausura da liberdade apavorada
Chove lá fora,
Águas de desabafo,
Um mar de desespero
Lembranças amargas
Que dizem quem sou
Tento desatar as amarras
As preciso, são minhas defesas
Devo a elas me entregar
Mas não me dôo

Pedaços de Mim...

Penso: se me trancar
Logo o sossego vira
A calmaria de um ser sem fim
Mas o que faço é enganar
Não! Não! Não a mim
Me iludir jamais
Falsas realidades
Inteiras mentiras
E meias verdades
Me trair nunca mais
Sou fiel a mim mesma
Preciso sempre ser

Pedaços de Mim...

Não aceito essa mansidão
Nada mais que falsidade
Outra doce ilusão
A cegar-me diante a verdade
Um medo dói mais que a dor
A minha segurança, o meu temor
O meu esconderijo, um precipício
No meu olhar a solidão
Um vazio, inócuo, inerte
Eu mesma, o meu vilão
Me condeno a viver só
Na penumbra da noite
Me escondendo do dia

Pedaços de Mim...

Não! Não posso me jogar
Ceder a este destino
Não vou, não quero me entregar
À angustia me conduzindo
Conflito de sentimento
Me proíbo a felicidade
Evitando o sofrimento
Fuga constante do amor
Por puro apego, comodidade
Acostumei-me com a dor

Pedaços de Mim...

Vejo os dados lançados
Tantos planos construí
E os tenho estraçalhados
Como posso desistir
Sem nuca ter amado?
É, de fato,
Minhas lágrimas, meu escudo
Mas deixa-me sonhar
Uma prece, apelo, pedido
Que me perca em devaneios
Com a luz do sol a iluminar
Das rosas só o cheiro
E que as possa tocar
Que as lágrimas sequem
E que comece a enxergar
Os sonhos perdidos
Os sentimentos escondidos
E desde logo volte a amar

Pedaços de Mim...

Não às palavras
Não aos amores ressentidos
Não às lágrimas caídas.
Sim ao desejos
Quero o jamais esperado
O nunca sentido
E sempre sonhado.


Amanda Oliveira
(08/03/06 21:50 h.)

quarta-feira, março 08, 2006

Olhos de Perdido

Se tem algo que me domina
São teus olhos de perdido
Querendo se encontrar
Procurando um abrigo
Se queres,
Meu colo vou te dar
Mas não faças assim comigo
Não, com esses olhos de perdido
Pois assim eu não consigo
Não tenho como me controlar
Um beijo doce vou roubar
De teus lábios tão aflitos
O meu corpo me entregar
A esses olhos de perdido
Mas não me tomes!
Não sejas atrevido
Não ouses esperar
Nada, deste coração tão ressentido
Não vou me apaixonar
Por teus olhos de perdido

Quer saber?
Vou me perder
Junto com teus olhos
Dentro de você
Pra nunca mais sair
Não! Não quero nada mais
Só me deixes ficar ai...

Amanda Oliveira
(10/02/06 – 18h38min)

quinta-feira, março 02, 2006

Roubando a palavra de um amigo, o mais INTENSO de todos...

Refugio.

E assim, mais uma vez descubro que sou forte, extremamente forte, invencível, imbatível.
Basta um par de dias para me tornar indestrutível.

Sou eu, essa sou eu.
Segredos! Quantos segredos!
Dores, inúmeras dores, ah!

Muitas lágrimas já caíram através de meus olhos, (águas) um mar de desabafo, de angustias, dores que não consegui guardar em mim.
Mas estas lágrimas despencam todos os dias, a todo momento, mas pra dentro.

Desespero-me!
Mas vou contar algo...
... Tenho um lugar
Mágico, sagrado e escondido!

Um cantinho dentro de mim, um quartinho, com uma porta grande, emperrada, de madeira, com uma fechadura e uma chave que escondo em meu travesseiro.
Neste canto estão guardadas todas as minhas dores, as minhas lágrimas, preocupações, frustrações, desilusões, desencantos, mas está tudo lá, trancado, guardado. Lá parados, inertes, sem solução, mas sem incômodos.
Preciso acreditar que isso é possível, que realmente consigo deixar tudo de lado.

Eu sempre saio ilesa
Com pouquíssimos arranhões
Mas que se abrem com o tempo
Tornam-se feridas incuráveis
Que doem, que corroem meu ser
As vezes cegam meus olhos
Como um câncer cega a alma

Mas estou lá, forte, sempre.

Recolho, retraio, entro em mim mesma, visito o meu quarto escuro, amargo, insano. Mexo em todas as feridas que lá guardei, vejo cada lembrança, cada lagrima, sinto a dor de cada momento e assim consigo forças pra continuar...Assim me ergo, levanto a cabeça, abro os meus olhos e sigo em frente.


Amanda Oliveira
(14/03/05 02h43min)

Para um bom começo.... Pessoa, sempre Pessoa.

Dorme enquanto eu velo
Deixa-me sonhar
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma

É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme. dorme,

Vaga em teu sorrir
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

Fernando Pessoa